quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

L’affaire Malibran, ossia Homenagem a Maria García–Malibran, avant la lettre

Desengane-se o leitor que imagina ser o último registo áudio de Cecilia Bartoli – Maria, integralmente consagrado ao repertório interpretado por La Malibran – a primeira homenagem à diva novecentista!

De facto, Marilyn Horne, no apogeu das suas qualidades vocais – em meados da década de 1960 – consagrou às irmãs García – Paulin Viardot e Maria Malibran – um registo que a DECCA ora exuma, em boa hora!


(Pauline García-Viardot)


(Maria García-Malibran)

Entretanto, a minha vasta rede de informadores revelou-me que a major DECCA se prepara para editar uma colectânea dos recitais que mezzo americana registou!



Para Abril, haverá novas de La Horne!

Entrementes, já disponho de Souvenir of a Golden Era – The Sisters Garcia!


6 comentários:

Anónimo disse...

João Ildefonso,
A propósito da homenagem à Malibran feita pela Bartoli, eu comecei por apenas ouvir no Youtube a Casta Diva e gostei, pois como havia dito neste blogue, toda a linha melódica era perfeitamente conduzida, muito equilibradamente. Desta apreciação decorreu uma troca de opiniões contrárias entre mim e o João Ildefonso. Agora que já possuo o CD dou a mão à palmatória: gostei pouco do que ouvi. Certamente, se a Malibran cantasse como a Bartoli o faz no CD, o seu nome não passaria à posteridade.
RAUL

Anónimo disse...

Caro Raúl

Estava à espera do seu comentário desde o dia em que fiquei a saber que tinha adquirido o c.d. Como pessoa inteligente, ponderada e de bom gosto esperou até amadurecer o seu comentário, e como o seu comentário é importante para mim, sinto-me agora mais seguro para reafirmar o que na altura escrevi.
A Bartoli ainda é muito nova e pareçe-me que ainda pode vir a fazer coisas muito interessantes.... infelizmente de momento pareçe ser a principal vitima do circo que se montou à sua volta.

J. Ildefonso.

Anónimo disse...

Não vejo como um problema de idade, mas de contenção, pensando que é capaz de cantar tudo o que lhe apetece. Mas para mim o mais importante é que tem de mudar de reportório e deixar-se de coloraturas "cheias de speed", porque é facil de ver que algumas notas são inaudíveis. Frases lentas, tipo Ombra mai fu e a Casta diva é o que lhe convém.
RAUL

Anónimo disse...

A voz da Bartoli está muito diferente ( recentemente ouvi a sua Clemenza) o que até certo ponto é natural... o que não me pareçe natural, nem saúdavel, é a disparidade tímbrica e de textura entre os graves muito belos, o registo médio cada vez mais opaco e os agudos bastante feios especialmente numa dinamica mais forte. Lembra-me bastante a Vitoria de los Angeles quando a ouvi em meados dos anos 80!

J. Ildefonso.

Anónimo disse...

Eu não ouvi a Los Angeles nos anos 80, embora eu tenha em DVD um concerto de música barroca dela do Canadá, precisamente dessa época e é admirável a qualidade de voz. Já no Youtube há uma Habanera dessa época, talvez fins dos 80, que é muito aquém daquilo que nos foi oferecido no passado. A mim parece-me que a Los Angeles veio a Portugal nos fins dos anos 80, o que quer dizer, com mais de 60 anos. Às vezes é melhor nem mencionar esses fins de carreira para julgar uma voz. Existe pior voz do que a Callas na digressão que fez com o Di Stefano em 1972-1973 ?
RAUL

Anónimo disse...

Eu vi a Los Angeles com o Gedda por volta de 1990. Foram ambos admiráveis, mas mais pela técnica, elegância, "charme" e estilo do que pela voz como seria de esperar com cantores em final de carreira. Posso fazer esse tipo de conseções a cantores com 65 anos de idade mas pareçe-me desonesto para ambos fazê-las também a cantores que é suposto estarem nas plenitude da sua carreira.

J. Ildefonso.