domingo, 21 de junho de 2009

Fleming: as time goes by...


(Fleming como Violetta Valéry - Met Opera House)

A prósito da estreia de Renée Fleming como protagonista de La Traviata, na Europa - Covent Garden, em Londres -, em entrevista, a fabulosa soprano dá-nos más e boas novas:

«Time, alas, cannot be suspended outside Four Last Songs. Fleming turned 50 this year and has bid farewell not only to Mozart but also probably Manon and, after Zurich next year, Violetta. “It’s not really so much that you can’t sing a role any more as ’I’ve said what I have to say in this and let’s leave it to someone else.’ I’m moving into slightly heavier repertoire.” Strauss’s Ariadne beckons, as does Elsa from Lohengrin. Her autumn tour will feature arias by Puccini, Mascagni, Leoncavallo and others from her forthcoming Decca release, Verismo. “I kind of looked at my whole discography and thought, ’What’s missing?’”»

10 comentários:

José Quintela Soares disse...

Pois...a idade não perdoa...nem facilita.
Mas a inteligência na gestão de uma carreira faz-se notar nestas alturas "críticas". E ao que parece, Fleming tem-na. Como Freni teve.

Anónimo disse...

Certamente que será uma grande Elsa.

Anónimo disse...

O comentário foi meu.
Raul

mr. LG disse...

É já tempo da senhora Diva em questão abordar uma Suor Angelica,uma Liu, uma Elisabeth, uma Elsa, uma Ariadne.
Só espero que a sua maturidade (e uso da sua racionalidade)vocal a levem à Tosca,à Giorgietta (Il Tabarro... eu sei... :-/ é um papel nada condizente com a diva em questão, mas... se puder dar um jeitinho, nós até que agradecemos!! :-) )Sieglinde, Die Kaiserin da Die Frau... até à Aida e à Crisótemis. :-))
That´s all, folks.
LG

J. Ildefonso. disse...

A Fleming pode ser muito indulgente e autocomplacente com a voz que tem, o que ás vezes a torna muito desinteressante, não é uma intelectual... que sorte, mas é profissional e bastante esperta e curiosamente tem escolhido papeis bastante acertados às suas capacidades vocais e histrionicas sem serem escolhas nada óbvias. Lembro-me da Manon, Thais, Herodiade, Rusalka, Armida, Lucrecia Borgia.

mr. LG disse...

Errata:
Leia-se Giorgetta no lugar de Giorgietta. Tá? :-)
LG

Hugo Santos disse...

Caro José,

totalmente de acordo. Outro exemplo acabado do que afirma é Alfredo Kraus. O conhecimento das capacidades e potencialidades é fundamental.

Caro João Ildefonso,

a indulgência de que fala é o pequeno preço a pagar pelo exemplo de arte vocal que é Fleming.

Caro mr. LG,

o seu texto leva-me exactamente à questão das potencialidades. Por que não, agora nos 50, explorar prudentemente um outro tipo de repertório? Para quem começou com a Lucia, a Elvira dos Puritanos, a Rosmonda D'Inghilterra, a Armida de Rossini e, gradualmente, se estabeleceu em territórios marcadamente líricos (salvo, Il Pirata e Lucrezia Borgia), novas experiências poderiam constituir-se assaz válidas.

blogger disse...

eu estou aqui a lembrar-me que há uns tempos corria o rumor de que ela iria tentar a Norma, mas depois ficou tudo em águas de bacalhau

mr. LG disse...

Caro Dissoluto,
Isto hoje vai às postas… :-D … e em jeito de pequenino P.S.
E/ou em resposta amigável aqui ao nosso caro Hugo Santos, lá vai:
… eu não sei se serei vivo daqui a 20 anos… mas assim o espero… para ver Fleming a pegar, no que há-de restar da sua voz, e se se esta "amadurecer" atingindo o seu pleno, numa ELEKTRA, KUNDRY e… mesmo no fim… CLITEMNESTRA.
AI! CRIME DE LESA ARTE!... Dirão alguns… :-/ … mas, Leonie Rysanek também não foi, desde quando a sua voz assim o permitiu, uma Marschallin, uma Desdemona, uma Arabella, uma Ariadne (para onde vai agora Fleming) tal como actualmente a nossa actualíssima Diva… e deu numa ELEKTRA (pelo menos uma vez, numa gravação… eu sei… mas que gravação! Como já todos nós sabemos.) e CLITEMNESTRA?...
É como as Tias dizem: … sei lá!! :-/… é qu`isto hoje tá tão lite!... :-D
All the Best.
Do vosso,
LG

J. Ildefonso. disse...

Caro Hugo

Não sei se é um pequeno preço a pagar porque podia ser muito melhor do que é. É curioso porque pelo que conheço das gravações da Fleming as que nascem num contexto Europeu são regra geral muito mais interessantes e profundas e tendencialmente desprovidas dessa "auto-indulgencia" de que falei.